- Fá Dó
- Dó Sol
- Sol Ré
- Ré Lá
- Lá Mi
- Mi Si
- Si Fá#
- Fá# Dó#
- Dó# Sol#
- Sol# Ré#
- Ré# Lá#
- Lá# Mi#
- Mi# Si#
- Si# FáX
- FáX DóX
- DóX SolX
- SolX RéX
- RéX LáX
São dezoito acordes. O primeiro acorde permite que a escala inicie em Dó, pois é a primeira nota que aparece no registro agudo, sem ser fundamental, sem ser raiz. Sendo, portanto um fruto do acorde. A única inversão do segundo acorde de quinta: Sol Dó, mostra que o segundo acorde de quinta não encaixa bem com o primeiro acorde de quinta, o acorde que apresentou a tônica: Dó, seu fruto. É verdade, que isso indica que podemos de cara definir uma escala com esses dois acordes:
Dó Fá Sol, uma escala puramente modal, já que não podemos definir um acorde maior, e um acorde menor na escala, resta-nos o acorde de quinta justa: Dó Sol, um acorde típico da música medieval, lá nos primórdios da música clássica. Para obtermos a escala completa, devemos usar o recurso da multitonalidade com a fusão das escalas: Dó Fá Sol, Sol Dó Ré, Ré Sol Lá, Lá Ré Mi, Mi Lá Si. A fusão dessas escalas gera a escala maior: Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si.
Entretanto, o tempo passa e a dissonância da escala modal: Fá Sol (segunda maior), a dúvida posta pelo segundo acorde no primeiro, se torna banal. Chega-se a hora do barroco, e da música tonal. Vamos procurar uma dissonância mais forte no acorde Mi Si. O problema é que o acorde de quinta justa: Sol Ré encaixa, agora, fácil com o acorde Fá Dó, por um movimento de segunda maior. Com outro movimento de segunda maior, encontramos uma nota entre Fá e Dó: Lá, e temos o novo acorde Fá Lá Dó. O próximo acorde, se torna insuportável: Mi Si, pois sua inversão Si Mi, envolve o passo maldito Fá Si, a famosa quarta aumentada. A nova dissonância do período barroco-romântico! Temos, portanto, a escala tonal maior: Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si, com seu acorde perfeito maior: Dó Mi Sol.
Entretanto, o que acontece se continuamos na sequência de acordes de quinta: encontramos um acorde que introduz uma dissonância fortíssima, a enarmonia: Lá# Mi#, que através da sua inversão: Mi# Lá# introduz um passo enarmônico: Fá Mi#, a dissonância a ser evitada. Portanto, a escala do novo mundo é a escala cromática: Dó Dó# Ré Ré # Mi Fá Fá# Sol Sol# Lá Lá# Si. O intervalo terrível é Ré# Fá, a terça diminuta, a nova dissonância a ser temida. Esse durou um tempo curto, entre o final do século XIX, e começo do século XX. A dissonância Fá Si, se torna banal: o acorde típico é o quarta aumentada: Dó Fá#, como na quarta de Sibelius. Logo, adveio o trabalho de Schoenberg, ao permitir o distanciamento total da tonalidade: o mundo enarmônico. Até onde, podemos ir na busca por enarmonia. Na minha humilde opinião, até repetirmos o intervalo maldito: Fá Si, o que acontece em RéX LáX, pois LáX=Si. Assim, ficamos com uma escala enarmônica: Dó Dó# DóX Ré Ré# RéX Mi Mi# Fá Fá# FáX Sol Sol# SolX Lá Lá# LáX Si Si#, um escala de dezenove notas que pode explicar o dodecafonismo de Schoenberg, principalmente se permitirmos o uso da politonalidade/multitonalidade. Onde politonalidade implica superposição de escalas, e mutlitonalidade a fusão de escalas. Por exemplo, a série Dó Dó# Ré Ré# Mi Fá Fá# Sol Sol# Lá Lá# Si, poderia ser transposta para a escala cromática de Sol, Ré, Lá, Mi, Si, Fá#, Dó#; e, todas, essas transposições caberiam na escala enarmônica de Dó. Um fato muito interessante! Já que a maioria das músicas nunca são escritas em Dó# maior, e acabam indo até a tonalidade de Fá# maior.
Enfim, fica lançada a possibilidade!
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